Passar para o Conteúdo Principal
Voltar ao início

Município de Esposende reedita mais uma obra do escritor Manuel de Boaventura

08 Nov

_DSC0177

Depois da reedição d’O Solar dos Vermelhos, em 2017, e de Crimes dum Usurário, em 2018, obras do escritor esposendense Manuel de Boaventura, o Município de Esposende promoveu hoje, 8 de novembro, a sessão de lançamento da nova edição do livro “No Presídio - Memórias dum Conspirador”. Esta obra, escrita em 1913, no período conturbado que se seguiu à implantação da República, quando o escritor se encontrava privado de liberdade no presídio de S. Barnabé, em Braga, acusado, injustamente, de conspirar contra o regime republicano, juntamente com outros ilustres esposendenses.

Em sessão realizada na Biblioteca Municipal, que ostenta o nome do escritor Manuel de Boaventura, o Presidente da Câmara Municipal salientou a abrangência da aposta cultural do Município, abarcando áreas tão diversas como a literatura, a música, a dança, o teatro ou a escultura pública, uma das manifestações do projeto Esposende SmartCity. Clarificou, a propósito, que este projeto envolve um investimento de aproximadamente 75 000 euros, sendo suportado a 15% pelo Município, considerando-o uma mais valia, na medida em que possibilita a instalação na cidade de Esposende de obras de artistas de renome.

O autarca garantiu que o investimento do Município é transversal a todas as áreas e lembrou que os investimentos em curso no concelho totalizam 15 milhões de euros. Adiantou que, em breve, serão lançadas a concurso duas empreitadas do PARU (Plano de Ação de Regeneração Urbana), de requalificação do Largo Rodrigues Sampaio e do Mercado Municipal de Esposende, e, referindo-se ao Plano de Atividades e Orçamento para 2020, afiançou que o investimento não vai abrandar e que a valorização da cultura está garantida.

É nesta estratégia que surge a reedição de mais uma obra de um dos maiores escritores regionalistas e onde se insere também o Prémio Literário Manuel de Boaventura, instituído em 2016, de periodicidade bienal. Benjamim Pereira reiterou a intenção do Município de aquisição da casa do escritor, com vista à adaptação a Casa Museu, e anunciou que já está em perspetiva mais uma reedição, o livro “Contos do Minho”.

A terminar, o Presidente da Câmara expressou agradecimentos a todos quantos contribuíram para esta edição e para a elevação do nome de Manuel de Boaventura, particularmente a Sérgio Guimarães de Sousa, autor do estudo prévio e responsável pela fixação de texto, e a Manuel Albino Penteado Neiva, também autor do estudo prévio.

Sérgio Guimarães de Sousa saudou a aposta do Município na reedição das obras de Manuel de Boaventura. Referiu que com este livro o autor “foge um bocadinho do seu estilo romanesco porque é um livro de memórias” e considerou-o “muitíssimo interessante” e “extremamente rico” pela abordagem política, histórica e cultural local do período a que reporta, fim da monarquia e implantação da República.

A apresentação e contextualização histórica da obra esteve a cargo de Albino Penteado Neiva. O investigador esposendense considerou “uma honra” a colaboração neste projeto, desde logo por envolver o seu “escritor de eleição e de referência”, por se tratar de um conterrâneo e, pelo grau de parentesco que os une, bem como pela possibilidade de trabalhar com Sérgio Guimarães de Sousa. O livro, que relata as memórias dos 110 dias de presídio de Manuel de Boaventura, é para Albino Penteado Neiva “uma obra fundamental para nós esposendenses, de leitura quase obrigatória”. Ao Município de Esposende agradeceu a reedição das obras de Manuel de Boaventura, afirmando que “o escritor merece ser reeditado, estudado e lido”.