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Benjamim Pereira convoca entidades para debater a barra

02 Dezembro 2017

Tratando-se de uma preocupação permanente do Executivo Municipal, realizou-se na passada quinta feira, pelas 10 horas, na Câmara Municipal de Esposende, uma reunião onde foram debatidas todas as medidas já assumidas e seus resultados, obras em curso, assim como foram ponderadas as ações futuras a desencadear na embocadura do Rio Cávado.

“O que pretendemos é a estabilização do sistema dunar que forma a restinga, assim como a melhoria das condições de navegabilidade no rio e na Barra em particular, que colocam em perigo todos aqueles que nele navegam. No momento e condições atuais da restinga, acresce assegurar a defesa da população e seus bens nesta zona mais exposta à ação do mar”, vincou o presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, que até disponibiliza recursos da autarquia para “patrocinar o avanço imediato de uma solução com caracter definitivo para este local”.
Para tal, o Município de Esposende vai criar um grupo de trabalho para acompanhar as obras de proteção assim como o plano de intervenção e monitorização da orla costeira, constituído pelas entidades presentes na reunião, nomeadamente: representantes do Município, da Proteção Civil, das corporações de bombeiros, da Autoridade Marítima, dos pescadores, das juntas de freguesia, da APA e do ICNF, mas também da comunidade científica.
O atual estado de conservação da restinga constitui enorme preocupação para o Município de Esposende que, por sua iniciativa, elaborou e apresentou nesta mesma reunião um Plano de Contingência para Galgamentos Costeiros que visa prevenir situações de risco e definir procedimentos de proteção de pessoas e bens, em caso de catástrofe.

“A destruição da restinga faz com que a ondulação chegue já junto à avenida marginal. As medidas de autoproteção contemplam a intervenção, em último recurso, de engenharia pesada, para colocação de barreiras junto à marginal”, disse o responsável pela Proteção Civil de Esposende, Carlos do Carmo.
De resto, Benjamim Pereira assegurou que “o município não apoiará soluções experimentais que continuem a consumir recursos financeiros e que não resolvam o problema”. Porque, enfatizou, “no dia em que acontecer uma catástrofe em Esposende, a obra avançará de imediato e serão ultrapassados os obstáculos que agora vêm sendo colocados, só que aí será tarde demais para alguns.” A atual situação da Barra de Esposende é um enorme problema para o desenvolvimento do concelho, um risco enorme para os pescadores e agora também para a própria cidade de Esposende. Cabe-me alertar as entidades responsáveis, e trabalhar com elas no sentido de encontrar soluções” adiantou Benjamim Pereira.
O presidente do conselho de administração da Polis Litoral Norte, Pimenta Machado explicou as razões que fizeram com que não tivesse resultado a solução anteriormente adotada, apontando como principal problema “o incumprimento da especificidade dos geocilindros, por parte do fornecedor”. “Vários aspetos fragilizaram a situação que ali foi desenvolvida”, adiantou Pimenta Machado que anunciou, para março, o arranque das obras de recomposição da restinga, a dragagem da Barra com deposição das areias nas praias adjacentes, assim como a reconstrução do molhe longitudinal ao rio. De resto, a intervenção prevista para a praia da Bonança, em Fão, também arrancará em março.
“Os pescadores vão continuar a ir ao mar, seja qual for a situação da embocadura. E nós, autoridades de salvamento, também continuaremos a ir em seu auxílio. É bom que todos tenham consciência que as vidas vão estar em risco”, alertou o comandante Raúl Risso, capitão de Fragata e responsável máximo pela capitania de Viana do Castelo.