Enquadramento e apresentação
Processos de contacto entre criadores e Território resultaram numa simbiose única entre tecnologia e Arte, exaltando o património natural, humano e cultural através do principal eixo de pensamento: a Sustentabilidade. A inovação desloca-se do campo teórico e converte-se em fator de transformação do quotidiano de quem habita e visita a cidade. Nos âmbitos incontornáveis da mobilidade urbana, eficiência energética, preservação ambiental e dos recursos naturais, valorização cultural e reabilitação patrimonial, Esposende SmartCity é um projeto de e para Pessoas.
O contexto atual, marcado por constrangimentos ambientais, populacionais e económicos, impele-nos a procurar estratégias de melhoria da qualidade de vida, práticas de consumo em concordância com a teoria da economia circular e promoção da criação artística contemporânea. A inevitabilidade da presença digital, nomeadamente numa comunidade de crescente densidade populacional e diversificação das ocupações e interesses dos seus cidadãos, exige a apresentação de soluções que aliem conhecimento empírico a dados e pensem a cidade do futuro.
Esposende SmartCity alia a inteligência urbana e ambiental à criação artística original, implementada no espaço público, configurando um conjunto de soluções que, estruturadas de forma articulada, importam um valor real ao cidadão, de elevado retorno não só no imediato, como a longo prazo. O território de Esposende remete, intuitivamente, para zonas balneares de excelência, procuradas não apenas pelos residentes de longa duração como para os que, temporariamente, a experienciam. Este é o palco de uma solução: um avançado sistema que, de forma contínua e autossuficiente, mede os raios ultravioleta (UVA e UVB). Os dados gerados são automaticamente transformados em aconselhamento inteligível e de elevada relevância para o utilizador, adaptado a diferentes segmentos populacionais. O acesso à informação em tempo real pode ser efetuado a qualquer momento: antes, de forma preventiva, ou no próprio espaço e momento de lazer ou desporto. A multiplicidade de formatos permite várias leituras em diversas localizações: do âmbito doméstico, através da versão mobile, tablet ou desktop até aos espaços informáticos públicos (postos informáticos, quiosques interativos, ecrãs e-ink, entre outros meios).
Na ótica da qualidade de vida, um dos primeiros fatores de associação imediata é o ruído. A distinção criada pela solução tecnológica proposta, através da divisão em cinco categorias distintas – de Muito Bom a Muito Fraco – permite um elevado nível de adequação aos mais diversos contextos e geografias. O cidadão é o decisor: do momento em que consulta a informação, das notificações que pretende receber, do tratamento da informação e dos meios como, onde e quando a pretende disponibilizar.
Um segundo fator, de não menor importância, propõe a medição da qualidade do ar. Intrinsecamente ligado à saúde individual, tem igualmente benefício direto num dos âmbitos de maior relevância das organizações - a gestão da qualidade. A título de exemplo, destaque para a medição de indicadores ambientais relacionados com a primeira norma portuguesa sobre desenvolvimento sustentável de comunidades: ISSO 37120:2019. A flexibilidade e capacidade de adaptação da funcionalidade é transversal à totalidade da tecnologia proposta: à possibilidade de incorporar outro tipo de sensores soma-se a personalização dos avisos. O primeiro passo do caminho de transformação tecnológica e digital é complementado pelo dashboard. A plataforma altamente personalizável permite uma visão holística de todos os dados referentes ao território selecionado, capacitando o utilizado para identificação de problemas e definição de soluções. Permite diferentes níveis de interpretação e a partilha de toda a analítica gerada. Tal prende-se com a informação atualmente existente no Sistema de Informação Geográfica do Município/Esposende Ambiente e que será também disponibilizada, tal como a localização de equipamentos de recolha de resíduos (ecopontos, contentores, papeleiras, dispensadores para dejetos caninos), espaços verdes, trilhos/percursos turísticos, rede de ecovias, outros locais de interesse patrimonial, etc.
A uma população gradualmente informada corresponde um público cada vez mais exigente, o que compreende o setor turístico e o cultural e as respetivas estratégias de comunicação e mediação. O espaço público constitui-se como um elemento fulcral nas expectativas dos cidadãos e no que consideram ser significativo para os espaços pelos quais detêm um forte sentimento de pertença. A este fator soma-se a crescente digitalização impregnada nos hábitos de consumo, caracterizados pelo cruzamento de informações de diversas fontes, estimulando um perfil individual e coletivo progressivamente crítico. Da mesma forma que existimos, atualmente, em permanente mobilidade e interação, cremos que os elementos que são acrescentados ao contexto que nos rodeia potenciem novas leituras do(s) espaço(s). A inclusão da criação artística original no processo de transformação de Esposende reforça a referida conceção de que o espaço público nos pertence, independente do tipo de relação: permanente ou transitória. É, igualmente, representação da identidade coletiva da diversidade que compõe o território para quem o visita.
Através da fusão entre inovação tecnológica e criação artística, Esposende SmartCity inicia um ciclo de possibilidades infinitas, correspondente ao território onde este projeto pioneiro se torna realidade. Partimos das singularidades de Esposende para cumprir o potencial dos seus milhares de cidadãos e turistas. Alicerçado na tradição das comunidades locais, na inovação do projeto escolar e na força do tecido associativo, o poder deste processo reside na crença do acesso global ao conhecimento e a na capacidade de criação de soluções personalizadas, numa identidade coletiva de herança histórica com visão de futuro.